terça-feira, dezembro 21, 2010

Capítulo II:

(Heysmin) O medo de ser presa, de passar anos na cadeia, como a minha mãe, pagando por coisas que nao fiz, me assombrava. Na minha opinião, nada acontece por acaso e, a única saída às vezes é a morte. Foi fácil, optar entre ficar viva e ser presa ou me matar antes que me peguassem.
Assim que cheguei em casa, na verdade meu porto seguro. Além da antiga casa da minha mãe, aquela era a única em que eu me sentia protegida. Fui até o quarto, larguei a bolsa, com todo o cuidado, em cima da cama e fui tomar um banho. Escolhi um vestido de seda na cor jade, o melhor que eu tinha. Quando cheguei na cozinha, o jantar já estava servido. Depois pedi para os empregados que limpassem tudo e fossem embora. Não queria que ninguem presenciasse o que eu iria fazer.
Fiquei sentada no sofá da sala, bebendo vinho, até que todos saíssem. Quando saíram, esperei 30 minutos e fui até o meu quarto, abri a bolsa e tirei de lá o revólver. Me coloquei na frente do espelho, e para meu espanto, eu estava tranquila, como nunca havia me sentido em 3 anos. Lentamente, levantei a arma, até a minha cabeça. Um filme foi passando com tudo o que acontecera em tantos anos.

segunda-feira, novembro 08, 2010

Capítulo I:

(Heysmin) Eram 16:oo hs quando me encaminhei à uma loja no subúrbio da cidade, para comprar uma arma e munição. Apesar de nunca ter encostado em uma, era necessário.                              
Quando entrei na loja, me deparei com um balcão abarrotado de armas, de todos os tamanhos, tipos, de ouro, de prata, cravejadas com rubis. Mas eu não queria nada daquilo, só iria comprar a mais barata, a mais fácil de usar.                                                                                                                  
Como ninguém veio me atender, toquei a campanhia e um homem velho, talvez com uns 60 anos de aspecto cansado, apareceu por trás do balcão.

(Vendedor) Eu estava tomando café, quando a campanhia da loja tocou. Fiquei surpreso com o que vi. Uma mulher entre 23 e 25 anos, bem vestida, talvez estivesse perdida, ou quem sabe, só queria saber onde fica uma rua. Mas eu estava enganado, e me arrependo até hoje, de ter vendido aquela arma. Todas as noites sonho com a moça, que hoje poderia estar casada, ter filhos, uma família. Tudo bem que foi ela quem tomou a decisão errada, mas eu tive minha parcela de culpa.

(Heysmin) Era como se o homem estivesse em transe, absorto em pensamentos, talvez me analisando. Quando ele "despertou":

- Posso ajudá-la? - perguntou ele.
- Eu gostaria de comprar uma arma. - Eu estava nervosa, ele deve ter percebido.
- Tem preferência por alguma? - É, agora tenho certeza, ele sabe que não sou desse tipo.
- Quero a mais simples e barata, nada de luxo. - Será que escolhi as palavras certas? É assim que um assassino se comporta? Acho que não.
- Tenho esta - ele apontou para o canto esquerdo do balcão - pistola 965 e este - apontando para uma prateleira do lado direito, na altura do ombro do homem - revólver 38. Qual você prefere?
- Hum... Qual a mais fácil de usar? - Não havia mais sentido usar o tom que eu estava usando antes. Ele já sabia.
- O revólver 38 é o mais simples, comum.
- Então, fico com esse. Balas?
- Oh, sim... - ele foi até os fundos da loja e trouxe uma caixinha na mão - Quantas caixas?
- Só uma.
- Vou precisar do seu nome e endereço, para registrar a arma.
- Meu nome é... Omailei Smitho - ele me pegou de surpresa, não havia pensado nesse detalhe - O Sr. pode colocar qualquer endereço, não ligo.
- Certo. Sem problemas, deve haver alguma rua inda não registrada por aqui não é? - Ele deu uma risadinha, talvez a última que eu iria escutar.
- Aqui, o dinheiro. Pode ficar com o troco. - Dinheiro era a coisa que menos me preocupava.
- Mas sobra muito dinheiro! - Ele estava espantado comigo.
- Isso não me importa mais. Pode carregar pra mim? - Assim como nunca puxei um gatilho, também nunca havia carregado uma arma.
- Tudo bem - Em poucos segundos a arma estava pronta para ser usada - Tome, cuidado com isso menina. - Ele logo ficaria sabendo se tomei ou não.
- Obrigada. Pode deixar. - Coloquei a arma na bolsa, com o maior cuidado possível. E dei jeito de sair dali de uma vez.